sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nunca quis divulgar o blog por achar que por ele tratar de mim e só de mim não deveria interessar a mais ninguém mas talvez seja um bom começo para diminuir o tal muro...

Ou talvez não, que seja.

26 de Agosto de 2009

Eu acho várias pessoas interessantes. Pessoas com quem eu realmente gostaria de ter umas conversas... Mas eu nunca falo com elas. E o medo de me acharem idiota? Vence a vontade de conhecer tais pessoas. Queria mudar isso, queria saber começar uma conversa e ser interessante o bastante para que a pessoa interessante me ache também interessante. Entende?

O problema é que eu fico preocupada demais com que os outros vão pensar e esqueço que ninguém está preocupado se eu sou idiota ou deixo de ser. E isso me faz mais idiota ainda... Entendeu?

"que a chuva traga alívio imediato"

Andei pensando nessa "barreira para evitar que as pessoas se aproximem". Talvez ela exista mesmo, talvez seja difícil chegar perto de mim, me conhecer, saber dos meus segredos, das minhas manias. São tão poucas as pessoas que me conhecem de verdade e provavelmente nem elas saibam de tudo. Eu acho que acabo me preocupando demais com todo mundo, menos comigo e isso é pra tudo menos quando se trata de se afastar. Eu não sei me afastar de ninguém, eu não sei simplesmente virar as costas para alguém, eu não sei deixar alguém na mão e me machuca tanto quando fazem isso comigo que acabo fazendo de tudo para evitar que isso aconteça. Tudo que aconteceu ano passado me fechou mais ainda, e eu achei que isso nem fosse possível, mas foi. É tão difícil deixar alguém se aproximar quando o medo de me decepcionar de novo é tão grande. Eu não sei se consigo suportar isso de novo, não agora. Eu preciso de tempo. Eu sei que isso não é solução, eu sei que me afastando das pessoas eu não vou só estar me prevenindo da decepção como também me privando de um sentimento que poderia ser lindo mas é tão difícil, tão doloroso, tão complicado deixar alguém entrar sem saber o que ele sente. Se o que ele sente é algo parecido com o que eu sinto.
Eu não sei andar por um lugar que eu não consigo enxergar pra onde vai dar, e eu sei que isso só me prejudica mas eu não sei andar sem ter os pés no chão.
Sim, talvez seja melhor me abrir para o mundo, mostrar tudo que eu tenho pra mostrar que eu sei que é muita coisa mas ao mesmo tempo é tão difícil porque eu ainda não tenho exemplos bem sucedidos para facilitar.
Eu só espero que entendam que mesmo não conseguindo entrar na minha vida de uma vez, as pessoas percebam que devagar elas vão conseguindo. Quem não quiser entender isso eu prefiro que permaneçam longe mesmo porque não serão capazes de enxergar direito nunca.
Continuo tentando melhorar isso devagar, com o tempo. Melhorar isso à partir de coisas boas que recebo das pessoas maravilhosas que venho conhecendo. E devagar, estou entendendo que cada um ama de um jeito e que cada tem algo diferente para dar importância.

"I never knew what love was for..."

"What a feeling in my soul
Love burns brighter than sunshine
it's brighter than sunshine
Let the rain fall I don't care I'm yours and suddenly you're mine
Suddenly you're mine
it's brighter than sunshine..."


Eu fico sentindo esse aperto no peito. A música tocando pela décima vez no meu ouvido. "What a feeling". Vontade de sentir isso de novo. Aquela coisa de paixão nova, o começo, se apaixonar devagarinho, prestar atenção nos defeitos e nos sorrisos. Aquela saudade do abraço... Sentir que suddenly you're mine and I'm yours. Coração batendo depressa e sem ritmo, se perder nas palavras, frio na barriga, pernas tremendo... "and it's brighter than sunshine". Aquela coisa de não entender bem o que acontece e ao mesmo tempo ter certeza do que esta sentindo.
Sei lá, é que de repente me veio uma vontade de me apaixonar.
Não faço idéia do que aconteceu mas estou com uma vontade incontrolável de escrever. O único problema é, não tenho muita coisa pra falar... Eu acho que essa vontade está fortemente ligada com o fato de ter lido muito ultimamente e ainda estar sem nada pra fazer. Sabe, vontade de que algo aconteça acaba por nos fazer acontecer. Deve ser isso. Se eu achasse uma maneira de fazer acontecer em uma proporção tal que realmente aconteça eu ficaria muitíssimo satisfeita mas por hora, só o que vejo é mais um post no meu blog não acessível para todos. É como se a minha vontade do algo surpreendente acabe me forçando a me surpreender de alguma maneira. Mas eu estou começando a achar que não estou fazendo sentido nenhum no momento. Já disse em algum lugar que eu não faço muito sentido mas hoje, especificamente estou fazendo menos sentido que o normal. Ah, como se eu quisesse fazer sentido...
Eu tenho a péssima mania de começar sobre um assunto e terminar por outro. Tenho a impressão de que isso acaba com o pouco sentido que faço normalmente.

Provavelmente vou acabar escrevendo, escrevendo e escrevendo e não dizendo nada. Enfim, o que importa é não desperdiçar essa vontade de falar e já que não tem ninguém pra ouvir as minhas palavras confusas e misturadas ficam por aqui mesmo!

Dor.

A humanidade, no fundo, adora a dor. É mais fácil escrever da dor, falar da dor, achar motivos para doer. É tão fácil chorar quanto sorrir e, não entendo porque, mesmo assim as pessoas gostam mais da dor. Tudo gira em torno do sofrer, seja por estar sofrendo seja por tentar evitá-lo.
De verdade mesmo, o que nos impulsiona, nos move, nos faz crescer, é sempre a dor não é? Não é o que dizem? Sem a tristeza a felicidade não teria a menor graça.
As vezes eu acho que deveriam escrever mais sobre o estar feliz. Só leio sobre o estar triste... Eu sei que a dor está presente em toda história e é inevitável afinal quem que está sempre feliz?
Eu só acho que seria bom ouvir mais coisas sobre felicidade. Não, talvez não é SOBRE felicidade e sim apenas felicidade. É, não quero ler se a felicidade é importante ou se ela está nas pequenas coisas, quero ler algo que me faça sorrir simplesmente por ser feliz.



Acho que está difícil me fazer entender desse jeito. Acho que é difícil me fazer entender sobre isso.
Eu estou com aquela sensação de que é preciso acontecer alguma coisa, alguma coisa inesperada! Estou com a impressão de que qualquer coisa me surpreenderia ultimamente e mesmo assim, nada me surpreende. O ano acabou e agora eu começo a sentir aquela saudadezinha estranha que parece estar no lugar errado... Aquela saudade daquilo que você jurou nunca sentir saudade. Aliás, acho esta a mais divertida e a mais gostosa de sentir! Isso me faz ouvir a minha mãe repetindo "nunca diga 'dessa água não beberei' Jéssica!" emendado com um "você ainda vai se apaixonar por alguém que use botas e cinto com fivela!". O fato é, mal acabou o ano e eu já quero que o novo comece logo.
Talvez seja essa cidade que me deixa assim. Essa cidade monótona e chata! Quando eu estou aqui gostaria que algo me acontecesse mas é quase impossível. Não há nada de novo pra fazer. Não há ninguém novo pra ver. Não há nenhuma novidade que me surpreenda mais. E isso está me deixando entediada.
Entretanto, acabo de pensar em algo que me deixa um tanto quanto surpresa. Estou entediada, com preguiça do mundo e uma vontade imensa de não sair da cama, mas ao mesmo tempo não é a mesma sensação de tristeza que costumava sentir. Não dói mais saber que não há nada que eu possa fazer, as coisas simplesmente mudaram. Não me dá mais vontade de chorar e sim de sorrir. Não chega a ser felicidade claro mas talvez, seja alívio. Me sinto bem sem ter que me sentir só, abandonada e esquecida. É, alívio!
Em algum momento crítico da minha tristeza cheguei a pensar que era provável nunca mais poder sorrir numa situação como essa tamanha era minha dor mas, acabo de me surpreender sorrindo!


E é incrível o quanto consigo me contradizer em um texto só!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Eu queria poder escrever o que estou sentindo nesse exato momento, mas não sei como nem por onde começar.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Hoje eu parei pra olhar o jardim de casa, lembrar de tudo que já fiz por entre essas árvores. Eu tenho essa cara de metida e ser nojenta assim de não gostar mais de por o pé na terra mas eu não fui sempre assim não... Estava lembrando hoje, das corridas com a Tina, eu segurando um lado da mangueira e ela com a boca no outro íamos de um canto ao outro da casa correndo até cansar e cair as duas deitadas na grama, ela a me lamber e sujar minha roupa. Lembrei das brincadeiras e da imaginação que não tinha fim. Dos tempos de "Unidade Feminista Brasileira", eu e a Low, e a mesa em cima do portão para olhar a rua e nos defender da "snpr"... nem sabíamos o que significava feminista. Acabo de lembrar de uma coisa, estávamos sentadas nas nossas cadeirinhas de plástico em cima do portão olhando pra rua quando chega um mendigo e pergunta pra gente lá do chão "vocês são as meninas que eu encontrei no rj?" e nos conta como ele foi parar no rj, com um pedaço de pão e acabou se encontrando com alguma dupla de sertanejo com a qual ele tirou uma foto. Foi no show da tal dupla que ele nos viu...
Lembro também de subir nas árvores e pular o muro. Lembro do velhinho que me ajudou a pular o muro pra dentro de casa quando fiquei presa pra fora. Das brincadeiras na piscina, ficar o dia todo dentro d'água até minha mãe aparecer com uma bandeja de bolo de chocolate e coca-cola. Ficar na água até as mãos e pés ficarem enrugados e ver os desenhos nos azulejos do fundo da piscina que inventávamos. Dos gatos imaginários, sim eu tinha um gato imaginário. Se chamava Harry e era preto e branco! Dos mapas para o condomínio. De entrar em casas em construção e chegar até o segundo andar sem passar pela a escada.
O casamento dos coelhos, com bolo, véu e festa. Dos bonecos de batata. Das cidades de "toquinho", dos buracos na fazenda, dos cavalos ah os cavalos... Eu tinha um cavalo, Trovão o nome dele. Inteiro branco e enorme de grande. Das corridas de bicicleta na "quadra vermelha", de almoçar com roller no pé (minha mãe ficava louca). Sandy e Junior enquanto arrumava o quarto. Fingir ser professora, de história sempre. Ser dona de loja e colocar preço em todos os brinquedos do quarto. Tirava tudo, tudo, colocava em cima de uma mesa lá fora e ia atender os clientes.
São tantas as histórias que seria impossível me lembrar de todas agora e mesmo que lembrasse não haveria espaço para todas elas. É tanta felicidade, tanta coisa boa que não cabe em mim isso tudo. O coração parece crescer enquanto lembro de cada detalhe. O coração parece diminuir, diminuir tanto até sumir... de saudades.