domingo, 11 de outubro de 2009

Ela nunca imaginou sentir falta do sol e do calor. Do calor do vento quente soprando tão fraco que nem as folhas das árvores consegue mover, do calor das pessoas sorrindo aquele sorriso falso, do calor subindo do asfalto esburacado. Ela gosta dos dias frios, mas não gosta dos dias sempre nublados e da chuvinha que não para de cair. Prefere aquele sol que queima a pele pelo vidro do carro.
Com excessão do céu nublado, tudo melhorou. Gosta muito da companhia, muito mesmo. De saber que essa companhia faz tudo ficar bom, em qualquer circunstancia. Gosta do barulho de cidade grande, dos infinitos carros que passam pela avenida. Ela gosta do sono que tem por aqui, deitar, dormir e só acordar com o despertador tocando. Sem interrupções durante a noite.
Ela gosta de ouvir histórias. Gosta de saber os detalhes da vida de quem acabou de entrar na dela trazendo sorrisos. Gosta de ouvir os motivos que fizeram essa pessoa ser tão incrível como é.
Gosta do da voz daquele narrador de futebol lá longe na tv... daquela sensação de que tem alguém lá na sala prestando atenção pra que lado a bola vai em campo.
Ela está feliz. As vezes pode parecer que não, mas ela está mais feliz do que nunca! Pode acreditar. Nunca a vi tão bem e tão viva.
Não importa o quanto chore nem o quanto reclame. Ela está feliz e ela sabe disso. Sabe tanto que não acredita que sente mesmo saudade dos dias quentes. Talvez, isso seja só mais um motivo pelo qual ela esteja tão bem aqui. Consegue sentir aquela saudade gostosa, de querer voltar pra casa sem querer ficar. Sabe? Ela sabe. Esse tipo de saudade é sempre bem-vinda.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Quero risadas e conversas.
Quero abraços e festas.
Quero música alta.
Quero piadas.
Quero horas no telefone.
Quero uma lista de filmes.
Quero beijos.
Quero amor.
Eu tenho muitas pessoas ao meu redor e eu sei que estas se importam comigo. Mas é sempre muito elas e pouco eu. Eu só queria uma unica pessoa com quem eu pudesse ser de verdade.
No fundo, no fundo isso se trata disso. De ter alguém em que possa se olhar nos olhos e dizer qualquer coisa.
Isso é complicado. Tenho amigos tão confiáveis, tão bons e tão presentes que me sinto mal em repetir o quanto sou sozinha e o quanto preciso de alguém para conversar. O fato é, inventei uma Jéssica para esses amigos. Não, a palavra não é bem inventada. O que eles veem é apenas o superficial, uma pequena parcela do que realmente sou. É, é isso.
Cada dia que passa, cada ano que eu me conheço melhor eu sinto que preciso mostrar essa parte que está há tanto tempo escondida. Mas, por mais que eu tente e lute para que isso aconteça alguma coisa me impede. Quando estou prestes há me livrar desse sentimento alguém me impede. Alguém que gosta tanto dessa Jéssica que simplesmente não consegue enxergar que não é só isso. Sou muito mais.
Também não estou culpando ninguém. A unica culpada disso tudo sou eu que sempre me deixo em segundo plano. E não que isso seja tão sério, nem tão preocupante.


Ah, sei lá.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Quem sou eu:

Eu sou muita vontade e pouco fazer.
Sou uma série de contradições.
As vezes sou meio-termo, nada de extremos. Outras vezes sou só extremos.
Sou calor e sou frio ao mesmo tempo.
Mudo de opinião constantemente, quase instantaneamente.
Gosto do sim e não gosto do talvez. Ao mesmo tempo sou inteiramente talvez.
Tudo depende. Depende da situação, depende da pessoa, depende do dia, depende da hora.
Eu estou sempre sorrindo e é sempre verdadeiro. O sorriso falso nunca vem quando preciso disfarçar alguma coisa.
É fácil me fazer rir e é fácil me fazer bem. Eu preciso dos detalhes e das coisas pequenas que quase nunca são notadas. Não, isso não é dizer "dar valor as pequenas coisas da vida" eu só não preciso que passem de pequenas coisas.
Sou impaciente, muito. Preciso de atenção mas quase nunca mostro isso.
Gosto de abraços. Daqueles apertados.
Dizer o que sente é importante mas é difícil fazer.
Gosto de apertos de mão fortes. Gosto de mãos e gosto de braços.
Sou muito carinho e muita saudade.
Sou sempre emoção, quase nunca razão.
Sou mais outras pessoas do que eu.
Teimosa. Mesmo errada continuo sempre certa! E ai de quem quiser discordar.
Ao mesmo tempo é fácil me convencer de algo com bons argumentos.
Gosto de ler. Gosto de ouvir. Gosto de ver.
Não sou nada sem enxergar. De olhos fechados nenhum outro sentido funciona direito. Mesmo com 5 graus de miopia em cada olho.
Gosto de tirar os óculos e olhar pro mundo embaçado que se forma antes da minha retina. Não existem rostos e as cores ficam borradas e quase todas se fundem formando uma só. Não é muito colorido esse mundo. Os detalhes não existem e tudo fica meio igual. O que mudam são as formas e só.
Gosto do céu azul, o sol forte bem em cima da cabeça, um vento fraco soprando e frio. Não sei se dá pra por tudo em um dia só mas eu queria que fosse assim.
Eu falo muito. Se não falei muito com você é porque estava com vergonha.
Sou complicada e estranha. Não queria ser chamada de normal então gosto quando repetem "Jéssica, você é muito estranha."
Não gosto quando me chama de grossa e ficam falando para não ficar tão irritada. Sou do tipo que responde NÃO SOU GROSSA CARALHO! E QUEM FALOU QUE EU TO IRRITADA? VAI SE FODER MEU.
Falo muito palavrão. Mas isso é só se eu não ficar com vergonha de você também. Ou seja, na maior parte do tempo eu nem sei o que é palavrão.
Gosto de silencio. Ouvir uma coisa de cada vez. Fale devagar se não eu vou pedir para você repetir. E fale baixo, gritar não é legal. Gosto de risadas altas e escandalosas. Nada de risadas falsas. Ah, falando em risadas, gosto de coleciona-las. Deixo guardadas em algum lugar e quando penso em alguém ouço a risada dela.
Sou só saudade.
Acredito nas pessoas.
Vejo filmes milhões de vezes e ouço músicas acompanhando com a letra.
Sou família e amigos. Gosto de ficar em casa. Gosto de dançar. Não tenho coordenação.
Sou difícil e complexa. Simples.
Sou ódio. Odeio odiar as coisas.
Uma pessimista vendo o lado bom das coisas. Otimista.
Gosto do branco. Mas gosto mais de roxo e amarelo.
Gosto do mar. Piscina e sol.
Não me apaixono fácil. Me encanto fácil.
Gosto de falar no telefone. Horas e horas, apesar de não ter ninguém para ligar.
Gosto de fotografias.
Muito querer.
Sonhos. Respeito. Verdade.
Sou muita vontade e pouco fazer.

domingo, 4 de outubro de 2009

Essas lágrimas todas que insistem em cair, todas as reclamações do quanto eu sou sozinha, da atenção que eu preciso e não tenho e blá blá blá no fundo é uma grande bobagem. Isso nunca funcionou nem vai funcionar. E eu não sou tão triste quanto parece, muito pelo contrário. E sou muito menos sozinha do que parece. O que acontece é que eu penso demais nos outros. Mas isso eu já sei. Eu faço demais pelos outros e ninguém faz tanto por mim. E eu to cansada de tanta cobrança, cansada de dizerem que eu sou grossa e não sei mais o que, cansada de ouvir que eu trato mal as pessoas, que eu sou irritada e impaciente. Quando é pra falar obrigada ninguém fala.

Eu tenho milhões de defeitos e tá, talvez eu seja mesmo um pouco impaciente com as pessoas mas eu faço o impossível para melhorar isso todos os dias. E de novo, pensando nos outros.

Juro, eu só precisaria de um amigo, um apenas, se este se importasse de verdade com o que sinto. Mas se importasse mesmo, se insistisse em saber o que me faz mal, se me fizesse rir todo o tempo e se me abraçasse só por abraçar. Só de um. Trocaria por todos os outros. Os outros que são tão essenciais para o sorriso que ta no meu rosto todo dia. Trocaria por apenas um que me fizesse falar tudo que eu to sentindo olhando nos meus olhos.